quinta-feira, 31 de março de 2011

Identidade Rasta


Beth de Oxum e Ynaê
Foto: Tenily Sales

Beth de Oxum e Quinho Caetés
Foto: Alcides Ferraz


As três princesas rastas de Beth de Oxum e Quinho Caetés - Mayra, Ialodê e Ynaê
Foto: Tenily Sales


Cabelo do músico Luciano Lima
Foto: Alcides Ferraz

Procedimentos metodológicos de pesquisa

A fotógrafa Tenily Sales e a coordenadora geral Dani Bastos junto com a Mãe Beth de Oxum pesquisando material bibliográfico
Foto: Alcides Ferraz

Como metodologia de trabalho será utilizada a pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, registros fotográficos, pequenos registros audiovisuais, análise de dados e elaboração de textos. As fontes documentais serão jornais, livros, revistas, fotos, catálogos e demais materiais afins disponíveis nos arquivos do Coco de Umbigada.

Dani Bastos e a fotógrafa Té
Foto: Alcides Ferraz

quarta-feira, 30 de março de 2011

Comunidade do Guadalupe - Olinda - PE


Igreja do Guadalupe - Olinda PE
Foto: Alcides Ferraz 


Sede do Cariri Olindense
Foto: Alcides Ferraz 

Sede do Ponto de Cultura Coco de Umbigada
Foto: Alcides Ferraz 

Rua do Guadalupe - Olinda PE
Foto: Tenily Sales

Rua do Guadalupe - Olinda PE com vista para a Igreja do Guadalupe
Foto: Alcides Ferraz

Rua João de Lima ou Beco da Macaíba  - Olinda PE
Foto: Tenily Sales

Bibliografia

BAKHTIN, Mikhail M. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais (trad.Yara Frateschi Vieira). São Paulo: Hucitec, Ed. da Univ. de Brasília, 1987.

HOBSBAWM, Eric e RANGER, Terencer. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

PEREIRA, Ferdinand Cavalcante. O que é empoderamento (Empowerment). Artigo da Revista Virtual Sapiência - Informativo Científico da FAPEPI. Junho de 2006 – No. 8 Ano III.
TURINO, Célio. Ponto de Cultura: o Brasil de baixo pra cima / Célio Turino. – São Paulo: Anita Garibaldi, 2009.
VERGER, Pierre Fatumbi. Lendas africanas dos orixás. 4ª ed. Salvador, Corrupio, 1997.

Ora iê iê ô, Oxum!


Oxum é a orixá regente do Ponto de Cultura Coco de Umbigada e de sua Coordenadora Geral, a Yalorixá  Beth de Oxum.




Detalhe da parede do Ponto de Cultura Coco de Umbigada
Foto: Tenily Sales


"Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Só uma mulher elegante possuía jóias de cobre pesadas. Oxum era cliente dos comerciantes de cobre.

Detalhe das pulseiras de Beth de Oxum
Foto: Tenily Sales

Omiro wanran wanran wanran omi ro!
"A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Oxum!"
Livro Lendas Africanas dos Orixás
- Autor: Pierre Fatumbi Verger
Ilustrações: Carybé
Editora: Corrupio
Ano: 1997
104 páginas



Poster do Ilê Axé Oxum Karê
Foto: Alcides Ferraz

Em Pernambuco, na Nação Nagô a homenagem a Oxum é realizada no dia 16 de julho.


Boneca cubana representando Oxum
Foto: Tenily Sales


Matérias correlatas

segunda-feira, 28 de março de 2011

Atividades da semana do dia 28 de março a 02 de abril de 2011

Nessa semana, do dia 28 de março de 2011 a 02 de abril de 2011, iremos identificar e acompanhar a metodologia e as estratégias utilizadas para o processo de pré-produção e produção da brincadeira promovida todo primeiro sábado de cada mês, há 12 anos ininterruptos pelo Ponto de Cultura Coco de Umbigada, denominada Sambada de Coco do Guadalupe. Será investigado também os mecanismos de divulgação em mídias livres utilizados pelo grupo – mailing lists, blog http://sambadadecoco.blogspot.com, Rádio Amnésia FM e boca a boca.
Dani Bastos - Coordenadora Geral


"Umbigada pra lá, Umbigada pra cá"
Foto: Tenily Sales

sexta-feira, 25 de março de 2011

As primeiras impressões - Dia 22/03/2011

 "Na terça feira dia 22 de março de 2010, nós da equipe do Projeto Coco de Umbigada: Cultura Popular como Ferramenta de Transformação Social, composta por mim, Dani Bastos - Coordenadora Geral e Pesquisadora, Alcides Ferraz - Fotógrafo e Registro Audiovisual e Tenily Sales - Fotógrafa e Assistente de Produção, fomos ao Ponto de Cultura Coco de Umbigada, localizado à Rua do Guadalupe, No. 380, Guadalupe, Olinda PE para dar ínicio aos nossos trabalhos - pesquisa bibliográfica e de campo.


Mayra - 8 anos - Filha de Beth de Oxum e Quinho Caetés em frente a sede do Ponto de Cultura Coco de Umbigada
Foto: Tenily Sales



A equipe foi apresentada aos coordenadores do Coco de Umbigada, a Yalorixá e musicista Beth de
Oxum e a seu marido o músico percussionista Quinho Caetés.



Beth de Oxum e Quinho Caetés
Foto: Alcides Ferraz

Conversamos bastante sobre o cronograma do projeto, sobre a metodologia de pesquisa que dará ênfase aos relatos orais dos participantes do Coco de Umbigada e aos integrantes da família Barbosa, raiz ancestral do Coco de Umbigada, por ser a forma de transmissão tradicional dos saberes relacionados as culturas populares e tradicionais.

A pesquisadora Dani Bastos e a Mãe Beth de Oxum
Foto: Alcides Ferraz

A pesquisa de campo será densa, intensa, visceral. Pois acredito que é necessário interagir, vivenciar, participar, experimentar, ver, ouvir, sentir na pele, viver, conviver, para poder compreender os modos de saber /fazer e a dor a delícia do dia a dia dos brincantes do Coco de Umbigada."

Depomento de Dani Bastos - Coordeandora Geral e Pesquisadora do Projeto



A fotógrafa Tenily Sales fotografando a Mãe Beth de Oxum e sua caçula, Ynaê
Foto: Alcides Ferraz



 "Foi mágico ficar sentada no Ponto de Cultura Coco de Umbigada, ansiosa esperando a equipe pra iniciarmos nosso projeto: "Coco de Umbigada: Cultura Popular como Ferramenta de Transformação Social" e de repente o cheiro de perfume incensa a sala, quando levanto a vista me espelho numa figura toda de amarelo com uma tigelinha de doce de banana nas mãos. A primeira sensação que veio, é de realmente ser recebida com muito amor, pela filha ilustre que faz jus ao nome que escolheu para ser chamada pela comunidade de Beth da Oxum! Uma alegria imensa passar a tarde ali embaixo da mangueira naquela energia de leveza e aprendizado que "grita" forte nos terreiros de matriz africana.
  Acompanhar a rotina de uma mulher, musicista, compositora... casada com Quinho, com quem tem um filho e três filhas. E com todas essas múltiplas dávidas, ainda rege de maneira especial a de ser mãe de Oxaguian, Mayra Karê, Yalodê, Ynaê, que até pelos nomes de batismo do filho e das filhas, dá pra perceber o orgulho que ela têm em ser mais uma que existe e resiste em mostrar que mesmo com tantas dificuldades e preconceitos, a felicidade de fazer, viver e herdar a cultura popular.
Ora iê iê o!!!
 E que sejamos abençoado(as), orientado(as) e iluminado(as)."

Depoimento de Tenily Sales - Fotógrafa do Projeto



A pesquisadora e etnomusicóloga Dani Bastos, a fotógrafa Tenily Sales e Yalorixá Beth de Oxum
Foto: Alcides Ferraz



           

Personagens do Coco de Umbigada


Mãe Beth de Oxum - Coordenadora Geral do Ponto de Cultura Coco de Umbigada
Foto: Alcides Ferraz

O músico percussionista Quinho Caetés - Coordenador Pedagógico do Ponto de Cultura Coco de Umbigada                                                                                
        Foto: Alcides Ferraz


Oxaguiam- 15 anos
        Foto: Tenily Sales


Ialodê - 12 anos
        Foto: Tenily Sales


Mayra Karê - 8 anos
        Foto: Tenily Sales

 

Ynaê - 3 anos - Filha caçula de Beth de Oxum e Quinho Caetés
Foto: Tenily Sales

Daniel Luis
 Foto: Alcides Ferraz

                                                                 
Cristiano Lopes - Tkralzy
Foto: Alcides Ferraz


Armandinho do Reggae
Foto: Alcides Ferraz


Luciano Lima
Foto: Alcides Ferraz

 
As fotos foram tiradas nos dias 22 e 29 de março e 02 de abril de 2011, na sede do Ponto de Cultura Coco de Umbigada - Rua do Guadalupe, No. 380, Guadalupe Olinda PE, pelos fotógrafos Alcides Ferraz e Tenily Sales

segunda-feira, 14 de março de 2011

A equipe do Projeto

Para selecionar os membros da equipe que está  trabalhando neste projeto, me vali de critérios não-convencionais. Além de obviamente possuirem competência em suas respectivas áreas de atuação, capacidade de trabalho em grupo, disciplina e organização, eu procurei pessoas com o seguinte perfil: que tivessem inteligência emocional, espiritualidade, que estivessem dispostas a vivenciar, a interagir, a trocar saberes e experiências, a mergulhar de cabeça na realidade do Ponto de Cultura Coco de Umbigada  e por último, pessoas cuja vontade em participar do projeto pelo significado que essa vivência vai trazer para cada um como ser humano se sobrepusesse ao valor da bolsa a ser paga pelo projeto.
Então, além de mim, Dani Bastos - Coordenação Geral e Pesquisadora a equipe é composta por:
Alcides Ferraz - Fotógrafo e Registro Audiovisual,Tenily Sales - Fotógrafa e Assistente de Produção.



Dani Bastos - Coordenação Geral e Pesquisadora do Projeto
Etnomusicóloga e Produtora Cultural 


Alcides Ferraz - Fotógrafo e Registro Audiovisual
Fotógrafo e cinéfilo


Tenily Sales - Fotógrafa e Assistente de Produção
Professora de Capoeira e Percussionista



Apresentação


Este projeto de pesquisa se interessa pelo processo da utilização da cultura como chave pra a transformação social. Vários especialistas no setor apontam que a maioria dos projetos sociais que apresentam bons resultados em editais e prêmios oferecidos por instituições como o Itaú social ou Instituto Ayrton Sena, são de organizações não governamentais que trabalham com a cultura. A causa disso é porque atualmente a cultura é compreendida em um sentido bem mais amplo, não apenas como linguagens artísticas, mas como conjunto de práticas, modos de saber/fazer produzidas por um povo ou comunidade. Isso se deve a ampliação do olhar para a produção oriunda de povos considerados “invisíveis” até certo tempo atrás – povos de terreiro, povos indígenas, quilombolas ou ciganos, por exemplo.
Diante do argumento do parágrafo acima, este projeto pretende analisar o caso do Ponto de Cultura Coco de Umbigada, da comunidade do Guadalupe, cidade de Olinda - PE, o qual vem se destacando no cenário cultural brasileiro e latino-americano por seu trabalho ousado e vanguardista de utilização da cultura popular como ferramenta de transformação social, com destaque para a criação e utilização de mídias livres – o Cineclube Macaíba, Rádio Amnésia FM, o blog www.sambadecoco.blogspot.com e criação de espaços independentes para fruição cultural – o evento mensal realizado há 12 anos ininterruptos conhecido como Sambada de Coco do Guadalupe.
No ano de 2003, cursei a especialização em Etnomusicologia pela Universidade Federal de Pernambuco, aonde desenvolvi a monografia “Maracatu Leão Coroado: 140 anos” e nesse mesmo ano realizei meu primeiro projeto cultural financiado pelo FUNCULTURA - Fundo de Cultura da Lei de Incentivo à Cultura do Estado de Pernambuco, que teve como produto final o “CD Maracatu Leão Coroado: 140 anos”, primeiro CD do referido grupo gravado “in loco” na sua comunidade - Águas Compridas, Olinda - PE. Este trabalho foi meu passaporte para atuar profissionalmente como produtora cultural independente com especialidade nas culturas tradicionais e populares.
Esta experiência provocou muitas reflexões, dúvidas, inquietações, questionamentos. O cerne da questão foi a polêmica discussão da neutralidade científica, a qual defende a possibilidade de construção de uma produção científica sem a interferência do pesquisador, que deveria supostamente manter um certo distanciamento  do seu objeto de pesquisa. Como eu nasci em uma família onde há um matriarcado dentro do Candomblé Nagô pernambucano há pelo menos quatro gerações e fui iniciada aos 12 anos de idade, nunca pude compartilhar nem aceitar este conceito, porque todas as vezes que busquei referências e registros da história do povo negro no Brasil, com foco especial nos Maracatus de Baque Virado e do Candomblé nos livros e em obras acadêmicas, não me sentia representada, não reconhecia a mim mesma nem tampouco reconhecia meus valores sócio-culturais-históricos-religiosos, não reconhecia minha família, nem a minha comunidade.
Um pensamento me consumia profundamente - porque eu enquanto mulher negra, praticante do Candomblé, brincante do Maracatu de Baque Virado, cidadã brasileira e pensadora crítica não posso pesquisar a história do meu povo, a minha própria história? Porque nas minhas investigações não poderia utilizar como metodologias complementares de pesquisa as formas características, peculiares de interação, de troca de saberes e experiências, de transmissão de conhecimentos utilizada através de séculos pelas culturas populares e tradicionais da qual sou oriunda - a Matriz Africana, que são a oralidade, as rodas de diálogo e os relatos da memória?
Ignorei por completo o mito da neutralidade científica e resolvi contar a história do meu povo com um olhar econômico, político, étnico e social de dentro pra fora, construindo e realizando em sistema de parceria a monografia sobre o Maracatu Leão Coroado com o próprio grupo e colaborando em seu processo de retomada de sua trajetória cultural.
Esta experiência/vivência me transformou para sempre e se tornou um traço personalizado do meu trabalho como produtora cultural, que oferece consultoria e serviços de produção cultural com metodologia específica para artistas, grupos e Mestres das culturas populares e tradicionais fazendo com que esse público elabore suas próprias técnicas e mecanismos a partir de suas realidades cotidianas visando atender as suas necessidades e construir um modelo de indústria/ mercado cultural diverso, criativo, justo e solidário.
Para este trabalho, usarei a metodologia citada acima só que amadurecida, lapidada pela experiência/vivência prática de quase sete anos consecutivos de trabalho com vários grupos, Mestres e artistas das culturas populares e tradicionais do Estado de Pernambuco, me colocando na condição de jovem liderança negra feminina, representante da Matriz Africana e parceira do grupo Coco de Umbigada e de sua liderança a Yalorixá, musicista e articuladora sócio-cultural Beth de Oxum, no protagonismo, autonomia e empoderamento da utilização da cultura popular como ferramenta de transformação social e de construção do mundo no qual que desejamos viver.

Apresentação do Projeto Coco de Umbigada: Cultura Popular como Ferramenta de Transformação Social, aprovado pelo Prêmio Bolsa Funarte de Produção Crítica em Culturas Populares e Tradicionais 2010, publicado no Diário Oficial da União do dia 04 de agosto de 2010, por Dani Bastos.